sexta-feira, setembro 29, 2006

Esfingie

Sou filha da natureza erma e selvagem
Os giestais, por entre os rosmaninhos,
Abrindo os olhos d`oiro, plos caminhos,
Desta minh`alma ardente são a imagem.


Fôssemos um pedaço de paisagem!
E à noite, à hora doce da ansiedade
Ouviria da boca do luar
O De Profundis triste da saudade...

Embalo em mim um sonho vão, miragem:
Que tu e eu em beijos e carinhos
Eu a Charneca e tu o Sol, sozinhos,


E à tua espera, enquanto o mundo dorme,
Ficaria, olhos quietos, a cismar...
Esfingie olhando a planície enorme...

" Publicado no Jornal Diário de Noticias "

quinta-feira, setembro 28, 2006

Mar sonoro

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim,
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho,
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

Sophia de Mello Breyner Andresen - Cem Poemas de Sophia
Visão- JL

segunda-feira, setembro 25, 2006

Pessoa


Fernando Pessoa

Teu canto justo que desdenha as sombras
Limpo de vida viúvo de pessoa
Teu corajoso ousar não ser ninguém
Tua navegação com bússula e sem astros
No mar indefinido
Teu exacto conhecimento impossessivo.

Criaram teu poema arquitectura
E és semelhamte a um deus de quatro rostos
E és semelhante a um deus de muitos nomes
Cariátide de ausência isento de destinos
Invocando a presença já perdida
E dizendo sobre a fuga dos caminhos
Que foste como as ervas não colhidas.

Sophia de Mello Breyner Andresen - Cem Poemas de Sophia - Visão JL

sábado, setembro 23, 2006

Outono

O Outono do meu Contentamento.
Sintra - Portugal

quinta-feira, setembro 21, 2006

Fontes

Cascais Shopping




Sintra - Portugal

quarta-feira, setembro 20, 2006

Mirandela - SOS


" Vão fechar 70 % das escolas! Vão fechar a maternidade! Talvez fechem a Linha do Tua! Querem asfixiar uma das mais belas cidades do interior de Portugal?!
É o prémio que se dá a quem luta ainda contra a corrente de desertificação do interior do País?! Mirandela tem sido um exemplo de iniciativa e criatividade em vários sectores da vida económica e social: o metro de superfície, o Museu do Azeite, a certificação da alheira e da couve-penca, o Campeonato do Mundo de Motonáutica, a cidade mais florida da Europa, a praia fluvial, as performances no ténis de mesa e no futsal, os títulos internacionais de kikboxing e o que mais virá, porque a dinâmica está criada.
Não matem a esperança de haver um grande concelho do interior exemplar na irrequietude e na ânsia de sair da mediocridade e da modorra nacionais.
Oiçam a voz do povo que o autarca interpreta e esperem antes de dar o tiro de misericórdia. É só esperar até que haja acessibilidades que aliviem as populações mais isoladas.
Mantenham até lá as maternidades de Mirandela e Bragança. Não fechem a maior parte das escolas, mas sim a menor parte. Façam da Linha do Tua um local de peregrinação turística mundial ao belo-horrível do seu imponente cenário natural. Não ponham a economia à frente da vida. Ainda estão a tempo, senhores ministros "

Jorge Sales Golias - Carnaxide
(Publicado no Diário de Notícias de 09.09.06 em Tribuna Livre)

terça-feira, setembro 19, 2006

Azulejos III







Sintra - Portugal

domingo, setembro 17, 2006

Sintra Medieval





Festa medieval frente ao Palácio Nacional de Sintra

sábado, setembro 16, 2006

As rosas

As rosas


Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.

Sophia de Mello Breyner Andresen - Cem Poemas de Sophia - Visão JL

sexta-feira, setembro 15, 2006

Verde / Betão

Da minha janela. ( Sintra )

De outra janela. ( Damaia )

Portugal

quinta-feira, setembro 14, 2006

Azulejos II

Lisboa





Sintra

quarta-feira, setembro 13, 2006

Sintra em Negativo
















Sintra - Portugal

Sintra é uma Vila maravilhosa. Porque Deus assim o quiz e os homens mais tarde a melhoraram. Com seus Palácios e Jardins. Suas casas e ruelas típicas.
Mas por força de outros homens - que tinham a obrigação de a bem cuidar - Sintra é hoje, para muitos de nós, uma tristeza. E é nos pequenos pormenores (que não custam muito a resolver) que se nota a incúria.
Deixo só dois apontamentos. O estado lastimoso a que chegaram os bancos de um jardim(?) e os buracos numa rua, onde todos os dias temos que estacionar. É triste. E ainda mais porque a Junta de Freguesia, várias vezes alertada, nada fez para resolver estes pequenos casos.

terça-feira, setembro 12, 2006

Azulejos I




Gente Saloia

Sintra - Portugal

segunda-feira, setembro 11, 2006

Negro



NEW YORK
11 de Setembro de 2001
11 de Setembro de 2006

Hoje não consigo escrever mais nada!

...e a música parou, em homenagem às vítimas.

domingo, setembro 10, 2006

Viagem

" Quem viaja por prazer acha tão distante um como mil quilómetros "
Provérbio japonês

sexta-feira, setembro 08, 2006

Diurno / Nocturno
















Sintra - Portugal

Busca

" Um homem percorre o mundo em busca do que precisa e volta a casa para encontrá-lo "
George Moore

quinta-feira, setembro 07, 2006

Mar


" Quando eu morrer, voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar "
- Sophia de Mello Breyner Andresen

MAR

I

De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.



II

Cheiro a terra as árvores e o vento
Que a Primavera enche de perfumes
Mas neles só quero e só procuro
A selvagem exalação das ondas
Subindo para os astros como um grito puro.

Sophia de Mello Breyner Andresen- Cem poemas de Sophia. - Visão/ JL

Ipiranga

" D. Pedro, o príncipe regente, depois de ler as cartas vindas de Lisboa que confirmavam a dependência do Brasil em relação a Portugal, declarou a sua independência bradando nas margens do Ipiranga o célebre grito (7 de Setembro de 1822) : « Independência ou morte». A noticia foi divulgada e apoiada por manifestações populares. "

Dinheiro

" Algum dinheiro evita preocupações; muito dinheiro atrai-as"
Confúcio

quarta-feira, setembro 06, 2006

Cambiantes

























Castelo dos Mouros - Sintra - Portugal

terça-feira, setembro 05, 2006

Friends

Ontem sentí a falta dos meus Amigos. À hora do costume (que nunca era muito certinha...) lá estavam eles. Com a sua boa disposição. Com tiques, manias e tudo aquilo que os seres humanos têm no dia-a-dia. Ontem sentí falta deles. Ross, Rachel, Mónica, Chandler, Joey e Phoebe eram os meus Amigos de eleição. Há muito, muito tempo -um, dois anos? - que os recebía em minha casa. Ontem não apareceram. Espero que todos estejam muito bem. De qualquer forma gostei da sua companhia e aprendí algo com eles. Um Obrigado para todos. (E à 2: já agora)
P.S. Mais ou menos à mesma hora bateu à porta um rapazinho simpático. Chama-se Chris. Acho que vou gostar dele, também. Mas não tanto como gosto dos meus Amigos.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Pessoa

Cabo da Roca - Sintra - Portugal

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa - Mensagem
(Edição Original de ASSÍRIO & ALVIM)

domingo, setembro 03, 2006

Contrastes

Domus Municipalis

"Brasilia" em Portugal

Bragança- Portugal

sábado, setembro 02, 2006

Duas estórias

No enterro do sushiman


No enterro do sushiman ele era o único não-japonês. Explicou que estava alí porque devia sua sanidade, talvez sua vida, ao sushiman. Almoçava no mesmo restaurante japonês todos os dias. Sentava-se no balcão e despejava seus problemas para o sushiman, que apenas sorria, sacudia a cabeça e dizia sempre a mesma frase. Ele não sabia o que a frase significava. Sabia, pelo modo como o sushiman a dizia, que era uma frase sábia. E sentia-se melhor, ouvindo a frase. Alguém o compreendia. Alguém o consolava. Como era a frase? Ele a repetiu, da melhor maneira possivel. Então disseram que a frase significava « Eu não falo português».
- Sei lá - disse ele. - Mas ajudou, viu?


Conselho

Rogério bufava.

- E ainda tem gente que gosta de Verão...
Marina nem estava.
- Eu adoro.
- Olha aí, fico todo suado. A pele oleosa. Não adianta banho, não adianta nada. Fico com brotoeja, assadura, até cheiro mal.
- Rogério, meu querido. Vou te dizer uma coisa.
- O quê?
- O problema não é o Verão. O problema é você.
- Ah, é ? Aposto que o Alberico não suava.
Marina só pôde fazer cara de sentida e dizer «Puxa, como você é, Rogério». Sabia que nunca deveria ter contado o que o Alberico gostava de fazer no banheiro. «Dezassete anos e você não esquece» O sorriso na cara suada do Rogério era de puro gozo.
Marina só estava esperando a Rosilene ficar maiorzinha para lhe dar o único conselho que uma mãe deve dar à filha:
- Nunca conte nada do seu primeiro marido.

Luís Fernando Verissimo - Do lado de lá - Jornal Expresso.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Asnos























O burro " Ruço " e a sua prima.

Vale Benfeito (Macedo de Cavaleiros) - Portugal

Cais de chegada

Aqui chegados, vindos de uma Travessa muito larga, explicamos o porquê do Trans-Atlântico.
Em primeiro lugar porque gostamos. Sempre sonhámos fazer essa viagem, daqui até a uma terra que nos fascina. Viagem agora possível - não a ideal, ainda - devido às novas tecnologias.
Depois, numa homenagem a dois filhos. Um, com o bichinho da rádio, que durante uns anos passou, numa estação local, o melhor da música brasileira. A que pouco se ouvia e que ele descobria sabe-se lá como. O programa, Transatlântico, acabou. Fazia falta. Faz-nos falta.
A filha, sem eu saber como, é uma apaixonada pelo Brasil. Em tudo. Futebol incluído se houver um Portugal-Brasil. Apesar de não ser grande "fã" da bola. Os outros preferem outros Mares e outras terras. Com ritmos Africanos.
Este Trans-Atlântico o que vai ser? Um pouco da Travessa? Também. Mas principalmente um modo de viajar. E de dar e receber.


(A música, os links, e demais elementos irão aparecendo aos poucos.)
Façam boa viagem.