segunda-feira, setembro 25, 2006

Pessoa


Fernando Pessoa

Teu canto justo que desdenha as sombras
Limpo de vida viúvo de pessoa
Teu corajoso ousar não ser ninguém
Tua navegação com bússula e sem astros
No mar indefinido
Teu exacto conhecimento impossessivo.

Criaram teu poema arquitectura
E és semelhamte a um deus de quatro rostos
E és semelhante a um deus de muitos nomes
Cariátide de ausência isento de destinos
Invocando a presença já perdida
E dizendo sobre a fuga dos caminhos
Que foste como as ervas não colhidas.

Sophia de Mello Breyner Andresen - Cem Poemas de Sophia - Visão JL

3 Comentários:

Às segunda-feira, 25 setembro, 2006 , Blogger Leticia Gabian disse...

Maravilhoso e amado Pessoa nas palavras tão bem escolhidas e postas por Sophia.
Beijo, Zé

 
Às quarta-feira, 27 setembro, 2006 , Blogger greentea disse...

ja lembrei Pessoa e o Livro do desassossego...

um abraço

 
Às quinta-feira, 28 setembro, 2006 , Blogger Maria Carvalho disse...

Belo poema de Sophia! Beijos.

 

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