segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Letras


A: PRIMEIRA LETRA DO ALFABETO PORTUGUÊS

1.

A de abrir andar arder
Atlântico Atlântida
ó A
meu Atlas
minha água minha águia
minha aventura e meu acaso

Amor Amor

Não posso viver sem A:
é como se me faltasse o ar.

Dezembro 1972

Manuel Alegre, Letras, Editora Centelha 1974

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domingo, fevereiro 22, 2009

Zé-Viajante

José Megre partiu ontem para uma derradeira (?) viagem. Homem das sete partidas do Mundo, foi um viajante incansável e um amigo sempre cordial para quem o conheceu. (E eu dele, apenas sabia o que lia nos jornais...).
Zé-Viajante, agora onde te encontras, vais olhar por nós. Aqueles que como eu fazem das viagens um prazer. Mesmo quando são apenas virtuais.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Arte Pública - V

VOLTA DO DUCHE
SINTRA
...
JOÃO MENDES
" DRÍADE "





















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sábado, fevereiro 14, 2009

Cartas de Amor em São Valentim

EÇA

Minha adorada noiva: ontem, depois de lhe escrever, tornei a ler a sua carta - e não fiquei pouco surpreendido ao verificar que ela não continha a single little loving word. Reli-a novamente. Sacudi o papel pensando que a little word teria ficado emaranhada nas linhas entrecruzadas; rebusquei sobre a mesa, que ela não se tivesse extraviado entre os papéis; procurei pelo tapete; olhei o tecto que, ao abrir o envelope, ela não tivesse voado e pousado no estuque; esquadrinhei os cantos do sofá; voltei para fora o bolso do peito, não a tivesse eu distraídamente guardado no coração - Alas! The poor little loving word was not to be found! (...) Estou esperando outra carta sua, possa ela chegar e trazer-me the little loving word . My little word é sempre a mesma - que a amo e que, quanto mais penso neste amor, mais o sinto a sério e grande. Il mérite un peu de retour. Não que isso seja necessário para que ele viva, e mesmo para que cresça - mas enfim, como recompensa de ser verdadeiro, num mundo e num tempo em que quase tudo é postiço. São sempre difíceis de acabar as minhas cartas - porque não ouso escrever os finais como os sinto. J`ai peur de vous effaroucher. E depois a sua proud reserve assusta-me um pouco. E assim só digo que te adoro, meu querido amor.
Eça de Queiroz (1845-1900) para Emília de Castro Pamplona, sua noiva e futura mulher

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PESSOA

Terrível Bebé: gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha também. E é bombom, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo e a Bebé deve escrever-me sempre, mesmo que eu não escreva, que é sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguém gosta de mim, e também porque é que havia de gostar, e isso mesmo, e tudo torna ao princípio, e parece-me que ainda lhe telefono hoje, e gostava de lhe dar um beijo na boca, com exactidão e gulodice e comer~lhe na boca os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu ombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir-lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar, e porque é que a Ofelinha gosta de um meliante e de um cevado e de um javardo e de um indivíduo com ventas de contador de gás e expressão geral de não estar ali mas na pia da casa ao lado, e exactamente, e enfim, e vou acabar porque estou doido, e estive sempre, e é de nascença, que é como quem diz desde que nasci, e eu gostava que a Bebé fosse uma boneca minha, e eu fazia como uma criança, despia-a, e o papel acaba aqui mesmo, e isto parece impossível ser escrito por um ser humano, mas é escrito por mim.
Fernando Pessoa (1888-1935) para Ofélia Queiroz

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Cinema e 12 Palavras

A partir de um jogo mensal onde nos indicam 12 palavras obrigatórias.

10º jogo

http://eremiterioblogspot.blogspot.com/


Cinema - Estreias da Semana

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Um amor autêntico
Quatro noites à deriva
O estranho caso da palavra escaganifobética
A lenda e a fábula
Do límpido céu caiu uma estrela
Maravilhoso mundo novo
Ensaio sobre a paixão
Diário do meu querer
A valsa do renascer
Grande salsifré
O singular apelo de Adele M.
Intriga no supremo tribunal

domingo, fevereiro 08, 2009

ANIVERSÁRIO (FORA DE TEMPO)





Em Agosto de 2008 este post era uma homenagem ao 2ª Aniversário de PALAVRA PUXA PALAVRA. Nunca o consegui colocar. As normas do slideshow foram modificadas e só agora, com alguma teimosia, voltei a conseguir. Aqui fica, sem alteração de imagens (muitas outras poderiam ser acrescentadas...) mas o espírito está lá. E, parabéns à M.
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Ainda a tempo:
1-O Palavra Puxa Palavra tem 3 anos e festejou-os em Outubro. O 2 º aniversário aqui recordado é do Fotodicionário.
2-Carlos Matos e Carlos AGM são a mesma pessoa. As minhas desculpas ao Carlos, que assim fica com duas fotos...
3-Obrigado a M. pelas rectificações.
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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

BM - Janelas 263 a 270