segunda-feira, outubro 04, 2010

FUTEBOL...

Futebol . escorrência financeira e verborreia

Dizem os jornais: Paulo Bento, como treinador da selecção, vai ganhar 900 mil euros por ano. Não perca tempo a fazer contas. Eu dou-lhes a soma. Saiba que isso equivale a dez vezes o vencimento do Presidente da República, a mais de cem ordenados minimos e um pouco mais de duas vezes o vencimento de Fernando Pinto, o cabeça de lista dos gestores públicos mais caro do país. Mas o pobre do Carlos Queiroz recebia três vezes mais do que vai receber o Paulo Bento. Toda a gente sabe que não há nada mais importante do que o futebol. Um treinador, mesmo de um clube de terceira, é mais importante que o Presidente da República ou o director da TAP. Daí o seu ordenado principesco, obsceno. É que o futebol é o único divertimento que alimenta os nossos sonhos e que garante a felicidade dos portugueses. Por isso, os donos do futebol, tão pródigos como incompetentes, não sabem que hão-de fazer a tanto dinheiro que lhes vai parar às mãos.
Há quem diga que uma das razões é que os jogadores, treinadores e clubes gozam de isenções fiscais, apesar de qualquer jogador de terceira, ia a escrever ganhar, mas corrijo, receber um ordenado mais alto a pensar com os pés, do que qualquer gestor, a gerir uma empresa altamente cotada, com a cabeça.
E ainda são os homens do futebol a todos os níveis que mais falam nas televisões. Estas podem cortar o pio a um político - sirva de exemplo Santana Lopes que o deixaram pendurado na SIC para um directo a acudir à chegada de Mourinho ao aeroporto da Portela ( bem feito: ele negou-se a falar e Santana, em sinal de protesto, deu à sola),  a um respeitável homem de cultura ou a um gestor de negócios, mas nunca a um homem do futebol, ou que fale sobre futebol, mesmo que não saiba nem tenha nada para dizer, como se vê todos os dias.
Não há dúvida que os donos do futebol, a vomitarem constantemente tantos milhões, se quisessem ou a isso fossem obrigados, podiam dar uma ajudinha para debelar a crise, porque há duas empresas que estão imunes à crise: uma por nadar em dinheiro e o gastarem perdulariamente, a outra, por não recear perder clientes, porque eles são negócio garantido. Refiro-me no primeiro caso, ao futebol e, no segundo, às agências funerárias.

Argon / Sintra
Jornal de Sintra , Sexta-feira 1 de Outubro de 2010

5 Comentários:

Às segunda-feira, 04 outubro, 2010 , Anonymous Anónimo disse...

Porca miséria... é o que é.

Abraço

 
Às segunda-feira, 04 outubro, 2010 , Anonymous Raquel V. disse...

Mas as pessoas preferem não perceber estas coisas...

 
Às segunda-feira, 04 outubro, 2010 , Blogger Zé-Viajante disse...

Uma parte da culpa é colectiva pois ELES COMEM TUDO, ELES NÃO DEIXAM NADA,porque foram legitimamente eleitos.(Não para fazerem tropelias, mas...)
Vão-nos enganando sempre.
Vai levar mais que uma geração para que isto mude. Um dos grandes problemas deste país tem a ver com a Educação ou falta dela.
Haja esperança num Futuro melhor, porque o Presente...

 
Às terça-feira, 05 outubro, 2010 , Anonymous Anónimo disse...

mas em que planeta vivem voces? entao não sabem que o futebol comanda a vida?

 
Às terça-feira, 05 outubro, 2010 , Blogger Maria disse...

Eu não teria dito melhor Zé.

 

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